Apesar de seu porte limitado em comércio exterior e investimento estrangeiro, Macau tem desenvolvido mecanismos inovadores para se posicionar como um elo estratégico, servindo de ponte para a colabora??o integral e mutuamente benéfica entre a China e os países de língua portuguesa (PLPs), afirmou Ji Xianzheng, secretário-geral do Secretariado Permanente do Fórum de Macau (Fórum para a Coopera??o Econ?mica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa), em uma entrevista à Xinhua na quinta-feira.
Ji destacou que, aproveitando as vantagens de "um país, dois sistemas", o papel de Macau como "interlocutor preciso" entre a China e os PLPs está se tornando cada vez mais evidente.
O Relatório de Desenvolvimento dos Países de Língua Portuguesa (2023), divulgado nesta semana, aponta que a coopera??o econ?mica e comercial entre a China e os PLPs avan?a em múltiplas frentes, sendo que Macau se tornou uma ponte fundamental, aproveitando plenamente da sua vantagem única de conectar a parte continental da China e os países lusófonos.
A China e os PLPs possuem características econ?micas e estruturas industriais complementares e desfrutam cada vez mais de uma coopera??o comercial estável. Dados oficiais mostram que as trocas comerciais entre a China e os PLPs somam US$ 225,18 bilh?es em 2024, registrando um aumento anual de 1,95%.
Wang Cheng'an, especialista convidado do relatório, destacou que, no atual contexto de rápida evolu??o do cenário global, este volume comercial se multiplicou por 20 vezes em pouco mais de duas décadas, o que n?o se pode alcan?ar sem esfor?os multilaterais e o papel facilitador do Fórum de Macau.
Fundado em 2003, o Fórum de Macau tem como objetivo fomentar o intercambio comercial e criar uma nova forma de coopera??o baseada na afinidade linguística e cultural.
Macau abriga as reuni?es ministeriais do Fórum e o seu secretariado permanente, o que tem permitido a realiza??o de encontros decisivos, como o da sexta reuni?o ministerial realizada em abril de 2024, onde foram celebrados importantes acordos e delineadas novas áreas de coopera??o, como economia digital, desenvolvimento verde e economia azul.
De acordo com Ji, Macau se posiciona como um interlocutor preciso que conecta a China e os PLPs, focando em setores prioritários subordinadas pela estratégia "1+4" para o desenvolvimento industrial diversificado, além de se dotar de uma plataforma de servi?os para a coopera??o comercial sino-lusófona.
Essa estratégia tem elevado a proje??o da RAEM como uma metrópole internacional que facilita a coopera??o de benefícios mútuos em todos os setores da China com os PLPs.
Desde a cria??o do Fórum, o estoque de investimentos da China e o volume de obra concluída pelas empresas chinesas nos PLPs ultrapassaram respectivamente US$ 80 bilh?es e US$ 140 bilh?es, desfrutando da qual a atualiza??o de infraestrutura e o desenvolvimento industrial e agrícola local.